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Em O caçador chegou tarde, Luís Henrique Pellanda maneja de maneira precisa as ferramentas da criação literária e entrega uma sólida coleção de contos. Em um trânsito por matérias variadas e munido de inúmeras técnicas narrativas e poéticas, Pellanda vai da fantasia o realismo, da introspecção à descrição, do peso à leveza, do anedótico ao existencial. Este livro se abre como um mapa repleto de rotas que nos levam para intensas viagens que, se por um lado não encantam, não deixam de guardar algum risco.
Três filhos adultos, todos com o mesmo nome e, por isso, chamando-se de Primeiro, Segundo e Terceiro, vivem em uma antiga casa de madeira com a mãe já idosa, em uma cidade do interior do país. Controlados pela velha senhora e pela relação de dependência que juntos construíram, os três vivem fechados em si mesmo para manter os costumes da família e a memória do pai, morto quando eles ainda eram muito pequenos. Até o momento em que o mais jovem, Terceiro, um professor primário, faz a primeira viagem de sua vida e nela descobre o amor e o desejo de conhecer as origens de sua família, a chegada do avô espanhol ao Brasil, no começo do século XX.
Grão de arroz é uma narrativa visual que conta a história de Betânia, uma personagem que é afastada da de sua mãe para morar com sua avó em um ambiente frio e nada acolhedor. Por meio das ilustrações e texto de Aline Abreu acompanhamos os refúgios que Betânia encontra nos livros e nas lembranças boas de seus pais. A obra trata sobre a vida, sobre um outro livro, sobre as miudezas que cabem na imensidão. É sobre crescer em qualquer condição, mas sempre perto daquilo que importa de verdade.
O livro é feito de fotografias e contos. As imagens abrem e fecham o objeto, criando materialmente um acolhimento às histórias que ali já começam a ser contadas e a suspensão do tempo necessária à sua leitura. Os quatorze contos têm como tema relações afetivas que constituem, nas singularidades da vida comum, a condição de mães, pais, filhos, irmãos, tios e até mesmo bichos de estimação, trazendo à tona aspectos muitas vezes opacos e invisíveis do cotidiano comezinho, feito também de grandes tragédias. Com texto e imagens silenciosos que convocam os leitores à intensidade do não dito e do não mostrado, Fronteiras visíveis celebra as pequenas coisas que nos fazem quem somos e que dizem muito de como vivemos.
Ao longo de 13 contos, Maurício de Almeida mescla o tom lírico e o testemunho da antiguidade do afeto, o amor como o passado do passado. Contos entorpecentes que também podem ser lidos como capítulos de um romance. Um livro sobres as estradas que cortam o Brasil e seus povos originários.
Acompanhados pela avó, que numa poltrona tece uma colcha, três irmãos (dois meninos e uma menina) exploram as estantes e leem na tarde chuvosa. Mas logo a menina, de 17 anos, desaparece e o menino mais novo quer saber onde ele está. Levado pelo irmão mais velho, o pequeno descobre que a irmã entrava nos livros, a convite dos personagens, que queriam ouvi-la contar histórias. Esse é o começo de uma aventura para a qual somente os leitores são convidados.
Nesta obra, Bernardo, um adolescente de dezesseis anos, aceita o convite de Yeda, sua psicóloga, para escrever sobre seus dias e seus sentimentos, em um exercício de autoconhecimento. Com texto sensível e bem-humorado, Eu, Bernardo trata de dramas comuns na vida de adolescentes e jovens, que sentem o peso de crescer, esforçando-se para preservar sua subjetividade em meio a exigências culturais e produtivas que se colocam como orientação para uma pretensa e sufocante normalidade.
Origem é um elogio à brincadeira e à invenção. Com uma narrativa poética, toca na ausência como espaço de criação, na infância como condição de invenção e passagem, de transformação, no sentido mais despretensioso e ao mesmo tempo potente que a palavra pode ter. A brincadeira, instintiva como um desenho na terra, reinventa o tempo, o povoamento do desejo e da alegria. As ilustrações e suas cores evocam a sensação de começo: a terra, o ocre, a semente, a gravidez, os desenhos rupestres. Denso e bonito, extremamente delicado, o livro é um convite à fruição de texto e imagens e às histórias que juntos contam.